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Esse artigo irá dar início a uma série de 2 textos que iremos esclarecer um assunto ainda pouco desbravado do mundo do comex que são os famigerados containers NOR, que significa NON OPERATIING REEFER.
Basicamente os NORs são os mesmos conteiners refrigerados que exportam carnes, peixes, frutas e outras comodities brasileiras que necessitam da “geladeira ligada” e com controle de temperatura, mas que também podem ser usados na versão “desligada” para importações de carga geral.
O Brasil é um dos maiores exportadores frigoríficos de todos os tipos para o resto do mundo, tendo como principal cliente, claro, a China. Além dos diversos tipos de carnes, também exportamos frutas, sucos, entre outros produtos.

Aqui começa o primeiro ponto importante sobre os conteiners reefers antes de serem NOR:

Esse equipamento é por natureza o que tem o frete mais caro por demandar várias condições especiais, como por exemplo,

O Genset;
Os plugs nos navios para manterem eles ligados e funcionando;
A armazenagem nos terminais também deve estar ligadas mantendo a refrigeração, além do que em geral, as mercadorias que necessitam de transporte especial como o reefer são de alto valor agregado.

Então, todos esses e outros fatores juntos, tornam esse equipamento menos competitivo e também com menor dias de freetimes detention e Demurrage quando contratados na versão “Spot”.

Mas nem tudo está perdido quando falamos em Conteiner NOR

Essa demanda dos equipamentos para exportação precisa retornar aos portos do Brasil de alguma maneira, certo? 
Certo!
E se o Brasil  exporta alimentos pra China e compra manufatura, claro que a melhor forma para garantir os retornos desses equipamentos é transformando eles em “DRY”, já que não faz sentido para os armadores trazerem equipamentos vazios para garantirem as operações, a menos que isso seja extremamente necessário, como aconteceu no início da pandemia do Covid 19 em Maio, Junho e Julho de 2020 quando os armadores traziam navios cheios de conteiners reefers vazios para dar conta da demanda de exportação de alimentos, o que gerou um mega caos momentâneo para os frigoríficos.

A novela dos reefers durante a pandemia do Corona Vírus em 2020

Nessa época as cias marítimas estavam com uma escassez tão severa de equipamentos nas costas brasileiras, que o frete de um Reefer 40’ na rota Santos x Shanghai que era vendido por USD 2900/ctr em Fevereiro de 2020, passou para vertiginosos USD 4500/ctr, chegando até USD 6000,00/ctr em Março, Abril, Maio e Junho de 2020 simplesmente porque NÃO TINHA EQUIPAMENTO SUFICIENTE e claro, os que tinham, custariam os olhos da cara do exportador. Sad but true!

Para esclarecer, esses níveis de fretes começaram a dar sinal de que iriam normalizar apenas em Agosto de 2020.

E claro, bem nesse período todo o mundo estava em isolamento social, home office e o Dólar no Brasil extrapolando níveis catastróficos para os importadores e esse looping fez com que os Reefers não voltassem da China no modo NOR.

NINGUÉM ESTAVA IMPORTANDO para considerar essa opção, ou as poucas importações que chegavam dessa origem em NOR, não eram suficientes para abastecer os estoques no Brasil com reefers.

Mas afinal, o que eu ganho em importar usando contêiner NOR?

Já que um contêiner NOR é uma geladeira desligada, as mercadorias suportadas são apenas as cargas gerais inodoras e não químicas.

“Mas eu já carreguei químico alimentício ou não IMO em NOR.”

Claro, imagino que sim, mas deve ter tido muito trabalho para conseguir algum armador que permitisse o embarque, uma vez que carga química pode prejudicar o contêiner – que irá transportar comida – logo, a mercadoria e o equipamento devem ter seus propósitos garantidos igualmente, por isso cargas secas são as PREFERIDAS nesse tipo de embarque.

As principais vantagens para embarcar nesse tipo de contêiner é justamente o preço.

Enquanto um contêiner de 40’Dry Shanghai x Santos custa hoje USD 4300,00/ctr, um NOR de 40’ o importador paga um frete por volta de USD 3000,00. (*valores atualizados para embarques ANTES do feriado Chinês de Outubro 2020).
Isso acontece porque quanto mais NORs circulando, menor o custo com reposicionamento, que gera menor custo total da operação do navio, e essa cadeia impacta diretamente na competitividade da tarifa.

Não que um frete de importação de China custando USD 3000,00 seja exatamente “barato”, o que vale analisar é que o custo de um frete NOR é em geral, 40% menor que um DRY.

Normalmente um Reefer de 40’ pés ligado tem capacidade de carregar até 27 tons enquanto como NOR também de 40’, suporta no máximo 22 tons.
Conteiner NOR é melhor ainda para cargas menores e que nem sempre completam o peso do DRY

Ou Seja:

Dependendo da sua carga, escolher um NOR pode sim ser a melhor opção, já que a premissa dos clientes importadores é redução do custo do frete, o NOR é de longe a melhor solução para essa questão

Ciclo Do Bem com contêiner NOR

Além disso, um importador que contrata um frete NOR ainda contribui para o mercado como um todo, ajudando no reposicionamento de equipamentos no Brasil, diminuindo o custo da operação e consequentemente ajudando outros importadores e exportadores com uma tarifa competitiva.
Todos se fazem bem de alguma forma, mesmo que indireta.

Continua Com “A”Gente

No próximo artigo sobre NOR iremos falar sobre os produtos permitidos e proibidos no NOR e por quê.

Queremos te ajudar a embarcar NOR com segurança

O texto te fez considerar um teste com contêiner NOR?

Que ótimo!

Então chama a Pri no whatsapp (no verdinho aqui na sua direita) que com certeza será um prazer poder te assessorar com conduções competentes para suas cotações e embarques!

#agentecotapravc

Escrito por: Priscila Cespede – Founder na Cespede Consultoria

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